Texto básico: Lc 10:29
Ele, porém, querendo
justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
Esta
pergunta foi feita por um homem, intérprete da Lei, a Jesus, com a intenção de
prova-lo. V.25, ele diz: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Jesus
respondeu com outra pergunta: o que está escrito na Lei? Como interpretas? Através
deste diálogo vemos que as pessoas sempre procuram justificar suas atitudes.
Esse diálogo levou Jesus a contar uma parábola bem conhecida de um homem que
descia de Jerusalém para Jericó, foi assaltado, ferido, ficando semimorto.
Passou um sacerdote, passou um levita, ambos, passaram de largo, passou também um samaritano
que apesar de ser desprezado, por ser samaritano, teve uma atitude
completamente diferente.
Vamos
analisar as atitudes de cada um. Nossas atitudes estão ligadas diretamente
àquilo que pensamos, àquilo que queremos, àquilo que praticamos constantemente
em nosso dia a dia. Por isso no mesmo fato, temos atitudes diferentes. O que
aquele homem ferido significou para cada um desses homens que passaram por ele?
– Para
o intérprete da Lei, o homem ferido era um tema para discussão; ele era
acostumado a interpretar a lei e isso era tudo o que sabia fazer e fazia
segundo seu entendimento, sua vontade, em beneficio próprio.
– Para
os homens religiosos, o homem ferido era um problema a ser evitado; o
religioso gosta de manter um padrão de santidade e pureza que vivem. Cobra-se
muito, reclama muito, mais não tem amor ou compaixão pelo ferido. São
possuidores de regras e padrões, exigentes no seu cumprimento, porém são os
primeiros a não cumprirem.
– Para
o hospedeiro, o homem ferido era um cliente, que deveria ser atendido
mediante o devido pagamento; o homem ferido poderia lhe dar um bom lucro se
ficasse muito tempo em sua hospedaria, mas tinha que pagar adiantado, não
queria correr o risco de amargar um prejuízo. Não estaria cuidando dele por
amor e sim pelo salário. Esses são os interesseiros, faço, mais quero o
pagamento disso.
–
para o samaritano, o homem ferido era um ser humano digno de cuidado e
amor; sua visão era completamente diferente e suas atitudes da mesma forma. Era
mais humano, amava o ferido a ponto de cuidar dele, pagar o hospedeiro para
zelar por ele.
Através
dessa parábola percebemos que as necessidades dos outros podem despertar várias
atitudes em nós. Jesus usou o bom samaritano, que apesar de ser de um povo
desprezado (samaritano não se comunicava com os judeus), mostrou qual
atitude é aceitável para Ele.
Temos
que refletir sobre nossas atitudes: Como agimos com relação ao homem ferido?
Precisamos aprender novamente quem é nosso próximo? Ao invés de
perguntarmos como esse homem, intérprete da lei, Quem é o meu próximo? Vamos
abrir nossos olhos para enxergar quem está ao nosso lado pedindo socorro, uma
oração, uma palavra que venha trazer refrigério a nossa alma.
O
projeto “Casa de Paz”, veio para tirarmos os olhos de nós mesmos, da
religiosidade que demonstramos ter, para viver o amor puro e verdadeiro de
Jesus. O amor de Jesus é o amor doação,
o que de graça recebi, de graça vou dar a todos aqueles que necessitarem.
Como
encontraremos os “filhos da paz”?
- Quando
Jesus enviou os 70 (72 em algumas versões), eles não tinham uma relação de
endereços, tão pouco tinham um sinal na testa indicando que estavam com o
coração aberto. Eles precisavam se aproximar, propor-lhes a paz de Jesus.
Se não ousarmos semear, nunca poderemos colher. II Cor 9:6
- Encontramos
esses filhos da paz, através de suas necessidades. Se alguém esta
sofrendo, passa por uma enfermidade, esta ferido como esse homem encontrado
pelo samaritano, esse é o momento de chegar perto. Jo 5:5-9 conta a história do
homem paralítico havia 38 anos. Durante esse tempo esteve à beira do tanque de
Betesda, esperando uma oportunidade para cair no tanque para ser curado,
segundo a tradição, um anjo viria agitar as aguas e o primeiro que caísse, era
curado. O que chama a atenção nesse texto não é exatamente isso, mais a
atitude de Jesus. V. 3 diz que …Jesus … encontrou uma multidão de
enfermos, cegos, coxos, paralíticos, esperando … que atitude temos diante de
necessidades como essas? A grande maioria de total indiferença “Não
tenho nada com isso”. “não sou Deus”, “não posso fazer nada”. Se somos
homens e mulheres de Deus podemos fazer sim, podemos como Jesus nos
aproximar e propor as soluções. Queres ser curado? Temos o poder de
Deus para orar pelos enfermos e eles serem curados.
- Podemos
encontrar esses “filhos da paz”, através de sua curiosidade acerca
das coisas espirituais. Há muitas pessoas como Filipe, o oficial de Candace,
narrado em At 8:27-35, que aparentemente não tinha problemas, mais estava lendo
a Palavra, mas sem entendimento, sem compreensão. Filipe ousou começar um diálogo com
ele e anunciou o evangelho e ele foi batizado. O resultado disso: o eunuco foi
batizado e levou a palavra pra sua terra.
- Perto
de nós, há pessoas desesperadas, mas não estamos atentos a elas. Paulo quando
estava na cadeia junto com Silas (Atos 16:27-34) falaram com o carcereiro que
estava a ponto de suicidar quando Paulo bradou em alta voz: Não te faças
nenhum mal, que estamos todos aqui. O desespero muitas vezes toma a pessoa
e no desejo de se livrar da dor, da angustia ouve a sugestão para acabar logo
com aquilo se suicidando. Na realidade não quer morrer, mas o desespero para se
livrar da dor e das emoções ruins as levam as vias de fato.
Não
podemos continuar indiferente a essas realidades. Estamos tendo atitudes
como dos intérpretes da lei, dos religiosos, do hospedeiro, chegou a hora de
agirmos como esse samaritano, ter atitudes que leve salvação ao perdido.
Precisamos ajuda-los a se encontrar com Jesus e terem suas vidas mudadas.