Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.
Note que Jesus disse: “Eu nunca vos conheci, apartai-vos de mim vós que praticais a iniqüidade! A palavra-chave nessa declaração é praticar. O apóstolo João disse: “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei… Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo. “Aquele que pratica o pecado procede do diabo…” (I João 3:4,7,8)
Veja o que as obras das trevas são. Note a palavra “praticar”. Gl 5:19-21
Neste momento vamos definir a palavra “praticar”. Algumas das definições são: “fazer frequentemente ou como regra; fazer sempre para aprender, ensinar através de constante repetição: fazer algo habitualmente”. A pessoa que “pratica o pecado” é aquela que peca sem deixar que seja convencida do erro, mesmo que seja uma vez por semana ou poucas vezes num mês. Diz algo assim para justificar: “Ah, é apenas uma fraqueza minha. Eu sou melhor do que muitos irmãos em minha igreja. Se Deus perdoou aquelas pessoas, Ele certamente vai me perdoar porque, afinal de contas, ninguém é perfeito, e eu sou muito melhor do que elas”. Não há um arrependimento genuíno. Ele não está sentido por ter ferido o coração de Deus.
Na igreja nós classificamos o pecado. Colocamos pecados como embriagues adultério e homossexualidade numa categoria diferente. Decidimos que as pessoas que estão na primeira categoria de pecados estão em perigo infernal, mas aquelas que estão na segunda são apenas fracas. Essa é uma mentira religiosa de autojustificação. Deus não classifica os pecados, mas coloca-os numa mesma categoria. Ele declara que todos que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus!
Deus coloca os pecados como ódio, ira, inveja, ambição, egoísta e ciúmes junto com adultério e assassinato. Se as pessoas soubessem que Deus vê o ódio e o egoísmo na mesma base que adultério e assassinato, elas não seriam tão rápidas em se renderem ao pecado e se desculparem deles. Essa tolerância e prática de pecado por homens e mulheres que professam ser cristãos trazem uma decepção amarga.
Essa forma de pensar tem feito a Igreja se tornar dura e judicial. Eles olham para aqueles que estão amarrados pelo homossexualismo e pelos vícios de álcool e de drogas julgando-os enquanto fazem vista grossa para os pecados de falta de perdão, contenda, fofoca e orgulho. Seus corações têm-se tornado insensíveis à voz do Espírito Santo.
Em Lc 7:36-50 fala da mulher que trouxe aquele óleo de fragrância de alabastro à casa do fariseu onde Jesus estava e lavou os pés dele com lágrimas,ungindo-o com óleo. Enquanto ela fazia isso, o fariseu olhou para ela com desprezo e pensou que se Jesus fosse verdadeiramente um profeta não permitiria a essa prostituta fazer isso, Jesus olhou para Simão, o fariseu, e disse; “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhe dizendo que aquele que devia quinhentos denários o amaria mais, pois sua dívida perdoada era a maior. Jesus respondeu-lhe dizendo que ele havia julgado corretamente!
Quando lemos isso desejamos ser um viciado em drogas, um ladrão ou outra espécie de criminoso antes de ter encontrado com Jesus; pois, assim, o amaria mais porque teria recebido muito perdão. Desejamos amá-lo o máximo possível. Mas o Espírito Santo nos esclarece que nesse texto o Senhor estava lidando com a atitude do coração de Simão, que viu essa mulher como um tipo de pecadora e a si mesmo como outro melhor do que ela e que exigiu pouco perdão. Qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos (Tg 2:10). Isso quer dizer que a pessoa que conta uma mentira durante toda a sua vida é igual ao pior prisioneiro. O destino dos dois é o mesmo se não receberem a salvação em Cristo.
Isso traz alívio ao nosso coração por que podemos amá-lo tanto quanto qualquer outra pessoa, porque estamos debaixo do mesmo julgamento como o pior criminoso no corredor da morte!
O problema é que nossa sociedade, encorajada pela religião, classifica os pecados. Então, aqueles considerados “bons” estão debaixo do engano de que precisam apenas de pouca graça. Precisamos perceber que pecado é pecado, não importa o tipo. Aqueles que tolerarem qualquer pecado estarão em perigo de ouvir o Mestre dizer-lhes: “Afastai-vos de Mim…”